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Dia de jogo na Arena Pantanal. O tucano dá o passe para o tuiuiú, que encontra a viola de cocho livre de marcação. Ela não perde tempo e, de primeira, chuta para o gol. Além de balançar a rede, a atacante ainda mata um mosquito que insistia em incomodar a partida.
Assim é a da Copa do Mundo de 2014 na imaginação e na ponta dos dedos de Miena Martins, aluna de nove anos do 4º ano da escola municipal Apolônio Frutuoso da Silva, em Várzea Grande (MT). O desenho dela foi um dos escolhidos no concurso “Pintando a Copa”, que estimulou a produção de trabalhos artísticos sobre o Mundial e a cultura regional.
Participaram mais de 40 mil crianças do ensino fundamental de 275 escolas da rede pública de Cuiabá e Várzea Grande. Mil desenhos foram analisados pela comissão julgadora, formada por educadores e representantes da secretaria estadual para a Copa. Foram observados os critérios de coerência, originalidade, criatividade, capricho e harmonia dos elementos. Dezoito crianças foram premiadas e ganharão ingressos para ver uma partida do Mundial na Arena Pantanal com direito a acompanhante.
Miena já está ansiosa. Ela não tem dúvidas de que os turistas terão muito a conhecer na região. “Eles vão adorar os animais bonitos daqui, o Rio Cuiabá. E tem a ponte também, que é linda”, diz, em referência à Ponte Sérgio Motta, que liga Várzea Grande a Cuiabá e está presente no desenho. “Eles só vão achar ruim por causa dos mosquitos, porque tem muitos”, avisa.
Paçoca de Pilão
Augusto de Oliveira, dez anos, estuda na mesma escola que Miena, no 3º ano. No desenho dele, também premiado, quem está em campo são atletas, e não animais. Mas o que ele mais gosta está no cantinho da pintura, discretamente: duas moças preparam paçoca de pilão. “É comida daqui”, explica. “Uma delícia. Todo mundo que vier vai gostar”.
Augusto de Oliveira, dez anos, estuda na mesma escola que Miena, no 3º ano. No desenho dele, também premiado, quem está em campo são atletas, e não animais. Mas o que ele mais gosta está no cantinho da pintura, discretamente: duas moças preparam paçoca de pilão. “É comida daqui”, explica. “Uma delícia. Todo mundo que vier vai gostar”.
Ele conta que ver dois países estrangeiros na nova arena, que receberá quatro partidas do Mundial, vai ser o mais legal da festa. Mas, no desenho, Augusto colocou jogadores brasileiros. “Mas esse jogo é o Brasil contra o Flamengo. E a seleção vai perder!”, diverte-se com a partida imaginária.
Pode ser o Messi
Enquanto Augusto contava detalhes desse jogo, Luan Marques de Caldas, dez anos, também do terceiro ano, olhava fixo para o desenho que fez, outro premiado na escola Apolônio Frutuoso da Silva. Ele estava imaginando a Arena Pantanal.
Enquanto Augusto contava detalhes desse jogo, Luan Marques de Caldas, dez anos, também do terceiro ano, olhava fixo para o desenho que fez, outro premiado na escola Apolônio Frutuoso da Silva. Ele estava imaginando a Arena Pantanal.
“O campo vai estar todo arrumado, bonito, moderno”. No estádio desenhado por Luan, dois torcedores especiais: um tucano e um tuiuiú. Acima do gramado, o avião da Seleção Brasileira sobrevoa a cidade que, segundo o garoto, tem muitos encantos. O principal, para ele, é musical. “Eu adoro viola de cocho. Meu avô toca e quero aprender”.
Ele espera que os turistas possam conhecer outros pontos turísticos da região, como a Igreja Nossa Senhora da Guia, também retratada por Miena e Augusto. Quando o assunto é bola em campo, os olhos brilham. O ingresso que ganhou no concurso vai ser a oportunidade de realizar um sonho. Ele poderá entrar num estádio pela primeira vez, e logo na Arena Pantanal, que ele tanto quer ver de perto. Perfeito, segundo ele, seria ver o Neymar. “Mas serve o Messi também. O importante vai ser estar lá.”
Arrumando a casa
A supervisora da escola, Neryne Guarin, explica que a prática do desenho foi dada em sala de aula em várias etapas e que as atividades foram além do concurso. “Trabalhamos o conceito de arrumar a casa. Para a cidade ser mais hospitaleira, temos que começar com a família e a escola. Falamos de combate à dengue, de reciclagem de lixo, fizemos mobilizações na comunidade.”
A supervisora da escola, Neryne Guarin, explica que a prática do desenho foi dada em sala de aula em várias etapas e que as atividades foram além do concurso. “Trabalhamos o conceito de arrumar a casa. Para a cidade ser mais hospitaleira, temos que começar com a família e a escola. Falamos de combate à dengue, de reciclagem de lixo, fizemos mobilizações na comunidade.”
Os pais também se envolveram e perceberam mudanças de atitude. “Eles relataram que as crianças passaram a se preocupar mais com a limpeza, com a separação do lixo. E estão mais interessadas pela cidade”.
Resgate e estímulo
O concurso também premiou a “escola cidadã” em Cuiabá e em Várzea Grande: a instituição que mais se empenhou no desenvolvimento de atividades de mobilização sobre o Mundial. Em Várzea Grande, a escola municipal professor Paulo Freire foi a escolhida. A diretora Marinete Barros explica que eles buscaram aproveitar o tema da Copa para resgatar valores culturais da região.
O concurso também premiou a “escola cidadã” em Cuiabá e em Várzea Grande: a instituição que mais se empenhou no desenvolvimento de atividades de mobilização sobre o Mundial. Em Várzea Grande, a escola municipal professor Paulo Freire foi a escolhida. A diretora Marinete Barros explica que eles buscaram aproveitar o tema da Copa para resgatar valores culturais da região.
“Fizemos torneio de futebol entre turmas, concurso de embaixadinhas, organizamos um dia de atividades no ginásio da cidade, trabalhamos paródias musicais, poemas, exposições. A proposta dos desenhos estimulou outras boas ideias”, diz.
Nenhuma criança dessa escola foi vencedora do concurso de desenhos, mas as atividades renderam outras recompensas. Yasmin Lima, 12 anos, aluna do 6º ano, aprendeu a desenhar melhor e agora sabe mais sobre fauna e flora da região. Além disso, ao arriscar algumas jogadas no campeonato da escola, descobriu uma habilidade: “Agora sei chutar com a perna esquerda!”, conta.
Ao lado dela, Samara Castro, 11 anos, treinava mais uma vez a paródia musical que apresentou no dia da cerimônia de premiação. “Arrumando a casa, embelezando a praça, queremos o melhor para você”, cantarola a menina, que deixou a timidez para trás ao encarar a plateia e as autoridades no Palácio Paiaguás.
Embaixadinhas e versos
Emanuel Santos, também de 12 anos e do 6º ano, é mais envergonhado e não quis saber da cantoria, mas participou do torneio de futebol e do concurso de embaixadinhas. Não ganhou a disputa, mas falar da Copa e do esporte na escola despertou o desejo de voltar a jogar bola na escolinha da cidade.
Emanuel Santos, também de 12 anos e do 6º ano, é mais envergonhado e não quis saber da cantoria, mas participou do torneio de futebol e do concurso de embaixadinhas. Não ganhou a disputa, mas falar da Copa e do esporte na escola despertou o desejo de voltar a jogar bola na escolinha da cidade.
“Eu tinha parado, estava sem vontade. Mas agora voltei e quero ser jogador. Ainda vou fazer um gol pela Seleção lá na Arena Pantanal, aqui do lado da minha casa”, diz.
Já Ronan Guilherme Guimarães, 11 anos, 6º ano, preferiu expressar em poesia a expectativa em relação ao mundial.
A Copa do Pantanal
É um evento legal
Tem lugar pra todo mundo
Nos bancos da atração
É um evento legal
Tem lugar pra todo mundo
Nos bancos da atração
No estádio da Arena Pantanal
Vai ter muito jogo sensacional
Nos bancos do estádio
Tem gente pra todo lado
Vai ter muito jogo sensacional
Nos bancos do estádio
Tem gente pra todo lado
No novo estádio de Cuiabá
Todo mundo vai babar
Nos jogos das seleções
Vai dar para arrebentar
Todo mundo vai babar
Nos jogos das seleções
Vai dar para arrebentar
Na Arena Pantanal
Só vai ter jogo quente
E muita gente
Só vai ter jogo quente
E muita gente
Fonte: Crianças de Mato Grosso “pintam a Copa" e valorizam a cultura local
. Disponível na Internet via WWW.URL: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/criancas-de-mato-grosso-pintam-copa-e-valorizam-cultura-local. Data: 03/09/2012.
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